domingo, 5 de agosto de 2012

Carta aos meus II.





Já parou pra pensar em como as coisas mudaram em nós? Não, na verdade isso não é sobre nós, é sobre mim.
Então vamos reformular. Já parou pra pensar em como as coisas mudaram em mim? Você viu isso acontecendo? Talvez tenha sido tudo por sua causa, infelizmente não gosto disso e tenho vontade de gritar todos os demônios que me trouxe nos teus ouvidos porque tudo estava muito calmo até você me entupir com a sua segurança e auto-afirmação.
As imagens das palavras que eu li alternam com os acontecimentos que eu projeto na mente e de repente eu não sei mais se to pensando no que aconteceu ou no que eu acredito que aconteceu, olhos verdes invadem meus sonhos ao som de Cícero, Tulipa Ruiz, Los Hermanos e Otto e eu não consigo, por mais que eu queira, parar de lembrar.
É irônico, mas sempre achei que eu fosse daquelas pessoas que não se envolvem com o lado emocional das coisas, que age mais pela razão e que quem se deixava se levar pela emoção era você, na verdade é tudo ao contrário, é você quem arquiteta tudo... Quem calcula os horários em que pode ou não ser quem é de verdade. Odeio ser compreensiva, odeio aceitar sem reclamar, odeio ser o que você precisa, odeio reclamar das coisas que eu mesma escolhi e odeio mais ainda não conseguir desprender esse monte de lamentos do meu coração.


"Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos...Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. E vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar."


Macho Girl.

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