sábado, 24 de novembro de 2012

Full Frame.


Tem se tornado cada vez mais difícil escrever sobre o que eu sinto... mas ainda não sei se isso é bom. Porque não sei mais o que eu sinto, sempre misturo lembranças, do passado... do presente... Contenho lágrimas o tempo todo e forço um sorriso pra que os que me amam não se preocupem tanto, mas quando chego em frente ao espelho, sou obrigada a encarar esses olhos marejados, a moca entre-aberta soltando uma respiração forte... Pego meu caderno de novo... titubeio. Largo a caneta e olho fixo pra minha âncora, tatuada no anular direito.
_ Odeio você. Sussurro...
engulo a saliva e dou um suspiro longo, com os olhos fechados. Lembro de quando eu me sentia livre, quando nada era capaz de deter meus olhos brilhando, meu sorriso por nenhum motivo; logo meu devaneio é interrompido pela chuva invadindo meu quarto, corro e fecho as janelas... Me irrito, lembranças felizes machucam mais que as ruins.
Decido calçar o MAD BULL e sair de novo, na chuva mesmo... Mas assim que destranco o portão, a chuva cessa.
...
Acho que andei por umas duas horas, não tenho certeza se quero voltar, tento me esgotar fisicamente,
talvez assim eu consiga dormir quando chegar...
Minha cabeça está confusa, não consigo pensar em full frame, só com fatores de corte... E o diafragma aberto permite que a luz me cegue... Começo a perder definição. Os momentos bons se misturam com os ruins, adormeço...

Mas ao acordar... ainda estou aqui... com a mesma estigma, com a mesma auto-piedade, com a mesma dor... Só mais um gole no café...


MachoGirl.

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